Vamos lá, antes de tudo, eu sou muito fã da DC e, de fato, é um pouquinho desanimador que as adaptações dos quadrinhos para o live action não sejam tão boas assim.

Aqui nesse post, falando apenas das séries, sem entrar no mundo dos filmes da Warner, a DC teve mais acertos que erros. Todo o Arrowverse, por exemplo, composto por Arrow, The Flash, Supergirl, Legends of Tomorrow e Constantine (que foi cancelada, mas também faz parte), é um bom meio de conhecer um pouco sobre a mitologia da DC Comics. Todas essas séries, apesar de estarem longe de serem ótimas, são boas e divertem.

Quando o assunto são animações, nisso a DC exerce seu papel com maestria! Liga da Justiça, Jovens Titãs e Justiça Jovem são exemplos disso, as séries são tão boas que já viraram clássicos. As séries live action da DC, por mais que fossem boas, nunca entregaram uma experiência completa, mas agora parece que encontraram uma solução para isso e essa solução se chama: DC Universe.

A DC Universe é o serviço de streaming da DC Comics, lá já foram anunciadas algumas animações que vão compôr o catálogo, e uma das maiores surpresas foi quando anunciaram uma série live action dos Jovens Titãs, aí a coisa ficou interesse.

De início, a notícia que a série teria violência, sangue e palavrões alegrou o público. Depois vazaram fotos dos uniformes e o público já não gostou (confesso que também achei um tanto estranhos pelas fotos). Quando o trailer saiu a animação do público voltou um pouco, mas a série finalmente chegou ao catálogo da DC Universe e então o público pôde assistir e ver que, apesar de tudo, a série conseguiu ser boa e entregou uma boa diversão, foi justamente pelo lado contrário do que muitos esperavam. Se algumas pessoas esperavam galhofas da série, ao assistirem viram que o foco é outro, e que a série tem bastante a entregar na sua própria mitologia.

Agora mergulhando na série em si, que no Brasil está sendo distribuída pela Netflix, temos o Robin, Estelar, Ravena e Mutano, porém eles ainda não são os jovens titãs. No enredo, o grupo ainda está se conhecendo e, com exceção do Robin, não dominam bem os seus poderes e ainda não possuem seus codinomes de heróis.

Estelar (na série, Kory Anders) logo nos primeiros episódios mostra uma grande extensão dos seus poderes e, de cara, já é estabelecida como uma verdadeira badass. A personagem não consegue se lembrar de quem ela é, e parte à procura de respostas. Ravena (na série, Rachel) é uma criança que sabe que possui algo de sobrenatural dentro de si, ela é a fonte do plot principal da série e a razão pela qual os titãs se reúnem. Robin (Dick Grayson, e único que já possui seu codinome) é o personagem mais complexo e mais bem trabalhado entre os titãs, na série o rapaz sai de Gotham, pois já não confia mais nos métodos do Batman e tenta deixar o manto de Robin para trás, mas logo percebe que sua jornada não será fácil. Mutano (na série, Gar) é o pior personagem de todos. Se por um lado, o personagem poderia servir muito bem como alívio cômico, na série ele é praticamente descartável, não possui nenhum grande papel na trama principal e passa a impressão que só entrou na série pois não existe Jovens Titãs sem ele.

Como eu disse antes, os personagens da série ainda não são os Jovens Titãs, Rachel e Gar ainda estão descobrindo como lidar com seus poderes e responsabilidades diante aos seus dons. Essas coisas não atrapalham a série, afinal o plot principal é totalmente voltado para Rachel, que foge de dos vilões que querem a sequestrar. Ao longo da série, vamos descobrindo um pouco mais sobre a Ravena desse universo apresentado (apesar de que qualquer um sabe que a menina tem demônio no coro, né). Ainda que o Mutano não tenha plots interessantes, ele serviu para introduzir a Patrulha do Destino ao público, o grupo logo mais ganha uma série pela DC Universe.

Diferente das séries do Arrowverse, Titãs consegue ter uma qualidade bem melhor e entregou toda a violência, sangue e palavrão que prometeu. A dinâmica entre o grupo funciona bem e as cenas de ação são sempre boas. As coreografias das lutas são sensacionais e não são jogadas na série em vão.

Sabe aquele problema com o visual dos personagens que vimos nas fotos? Bem, na série (pelo menos comigo) não incomodou. Dá pra entender perfeitamente a escolha do figurino dos personagens e comprar a ideia desse universo.

Além de introduzir a Patrulha do Destino ao público, a série introduz também a dupla Rapina e Columba, que mais tarde na série ganham até um episódio focado apenas na origem dos dois.

O ritmo da série se mantém quase que constante durante toda a temporada, somente decaindo um pouco no “episódio filler”, que apesar de bom, é mal colocado na trama, e na season finale que entregou uma experiência totalmente oposta ao que a série estava entregando até então.

Para a felicidade dos fãs, Titãs é uma série de quadrinhos que não tem medo de ser uma série de quadrinhos. Em muitas partes, é como um quadrinho deveria ser, mas consegue se misturar bem com um pouco de realismo e entrega uma experiência divertida para os espectadores, e principalmente para os fãs.

Se a DC Universe continuar entregando séries live action no mesmo nível de Titãs, teremos agradáveis surpresas ao longo dos anos que virão. Em um serviço que a DC pode ter o controle total sob seus personagens, vamos torcer que faça o melhor o possível.