É difícil imaginar a primeira fase de Super Mario Bros. e não associar a sua música tema, junto aos sons dos pulos e das moedas. Ao longo do tempo os videogames proporcionaram inúmeras músicas que sempre marcaram seus jogadores, às vezes um trecho tem o poder de voltar no tempo nos mais antigos, e atualmente a produção de grandes jogos contam com recursos, antes improváveis, para oferecer as experiências auditivas mais refinadas. Nesse post, trago oito compositores responsáveis por trabalhos que dificilmente se separam quando se pensa a história dos videogames.

Michiru Yamane

Michiru Yamane

Foi compositora da Konami, porém se tornou mais conhecida especialmente por trabalhar na franquia Castlevania, desde o Bloodlines do Mega Drive. Ela foi a responsável pela trilha de Symphony Of The Night, conseguindo a proeza de realizar músicas memoráveis com uma qualidade de CD, mesmo que o orçamento não fosse muito diferente do jogo anterior que trabalhou. Ela continuou na Konami até 2008, e depois passou a trabalhar como compositora freelancer. Michiru Yamane está colaborando para a trilha sonora de Bloodstained: Ritual Of The Night, que é o projeto de Koji Igarashi, que trabalhou com a franquia Castlevania por muitos anos, e está previsto para lançar ainda em 2018.

Koji Kondo

Koji Kondo

Talvez seja o compositor mais importante de todos, pois produziu alguns dos maiores hinos dos videogames, que influenciaram gerações. Se você pensa em Super Mario, não há como esquecer a trilha original de 1985, e foi Koji Kondo que a compôs, além de outros jogos da franquia. Ele também foi responsável pela trilha da série The Legend Of Zelda, a qual é repleta de clássicos. Sua proeza não foi apenas estabelecer as músicas mais marcantes dessas franquias, Koji Kondo soube se aperfeiçoar e amadurecer conforme os videogames amadureciam, e a prova disso é no Super Mario Galaxy, que o clima especial de sua aventura se deve muito a música que acompanha Mario em cada planeta.

Yoko Shimomura

Yoko Shimomura

É uma compositora de trabalhos memoráveis na Capcom e na Square, que continua até hoje. Seu primeiro trabalho marcante foi em Street Fighter II, produzindo músicas que estão no coração de muita gente. Ela começou a se tornar figura carimbada nas trilhas de RPGs, iniciando com Breath Of Fire ainda na Capcom, e no seu início de atividade na Square, compôs a trilha de Super Mario RPG, o qual ela considera um de seus trabalhos mais importantes. Depois compôs as trilhas de Legend Of Mana e de Parasite Eve, mas foi apenas na geração seguinte que uma franquia por inteira estaria ligada a seu nome, que é Kingdom Hearts, o próximo jogo inclusive conta novamente com as composições de Shimomura.

David Wise

David Wise

Ele é o único compositor não japonês da lista. aAesar de estar vinculado a apenas uma franquia, ele fez um trabalho memorável até hoje, considerando a mídia em que trabalhou. Wise trabalhava com a Rare na época em que esta fazia jogos para Nintendo, ele foi responsável por Donkey Kong Country 1 e 2, que além de impressionar graficamente com os modelos pré renderizados em 3D de seus personagens, teria que possuir uma música além da qualidade padrão do que se tinha no Super Nintendo. David Wise entregou uma música que promovia uma ambientação incrível no primeiro Donkey Kong Country, e no segundo jogo entregou uma trilha carregada de melancolia em algumas músicas. Em 2013, não mais na Rare, compôs a trilha sonora de Donkey Kong Country Tropical Freeze do Wii U.

Akira Yamaoka

Akira Yamaoka

Mais um caso de compositor que apesar de ser ligado a uma só franquia, possui um trabalho que o coloca em destaque. Uma grande parte do que é Silent Hill se deve à sua trilha e seus efeitos sonoros, e Yamaoka é o rosto por trás disso. É incrível como ele acerta nas músicas mais sentimentais que refletem perfeitamente os personagens da trama e o ambiente que é a cidade de Silent Hill. O que ele consegue passar com violão e guitarra nessa franquia é a sua identidade musical. Yamaoka também é o responsável pelas músicas mais tensas, que passam as sensações mais desconfortáveis ao jogador, sobretudo pelo fato de conseguir trabalhar bem com o silêncio, que é fundamental em uma obra de terror.

Nobuo Uematsu

Nobuo Uematsu

Esse é o grande responsável por várias trilhas da franquia Final Fantasy, entre outros RPGs, que misturam diversos elementos, gêneros e propósitos dentro dos jogos, evoluindo ao decorrer da tecnologia, algumas vezes até meio que a frente do seu tempo. Algumas das grandes qualidades que se tornaram marca registrada de Final Fantasy, como a musiquinha ao vencer as batalhas, passam pelo trabalho de Uematsu. Apesar de ter participado em jogos da franquia nos últimos anos, desde 2004 ele é freelancer, que o fez trabalhar em outros títulos fora da Square, porém ainda realiza concertos com os temas clássicos que criou.

Motoi Sakuraba

Motoi Sakuraba

Esse é o meu compositor favorito, porque ele fez trilhas muito memoráveis e com identidades próprias as diferenciando entre si. Ele trabalha em jogos de RPGs japoneses, com sua pegada puxada ao rock progressivo, mas meu destaque é a franquia Valkyrie Profile. No primeiro jogo as músicas de técnica apurada servem para contextos diferentes das musicas para momentos mais emotivos, e no segundo jogo, Sakuraba conseguiu compor músicas que juntam essas duas características, e trazer uma sensação diferente, aproveitando a melhoria de qualidade de áudio que um jogo de Playstation 2 pode oferecer, sons de orquestra por exemplo. Motoi Sakuraba também é o compositor dos três Dark Souls, e mais uma vez vemos uma pegada diferenciada dele, trazendo orquestra, e uma variedade de elementos entre elas, tanto nas batalhas contra chefes quanto na apresentação de cenários, que provocam sensações únicas.