Saudações, criaturas das trevas! Vocês já conhecem o “Brasil in the Darkness”? Trata-se de um coletivo de fãs e produtores de conteúdo para jogos de RPG baseados no Clássico Mundo das Trevas, um universo de ficção composto de jogos como “Vampiro: A Máscara” e “Lobisomem: O Apocalipse”. A partir de uma perspectiva brasileira, essa galera busca valorizar elementos da nossa cultura e história nacional.

Um dos principais focos do trabalho dessa turma está em subsidiar e produzir material para o Storytellers Vault, um programa de criação de conteúdo onde escritores, designers, artistas e acima de tudo, fãs do universo Mundo das Trevas, poderão compartilhar seu trabalho através de uma licença proporcionada pela editora White Wolf, detentora dos direitos desse universo de jogos.

Partindo desse objetivo, a equipe do “Brasil in the Darkness” vem publicando em suas redes sociais uma série de artigos que adaptam mitos e lendas amazônicas como elementos do jogo. São prévias de um futuro projeto para o Storytellers Vault, que se chamará, “Ewarë: O Reino Encantado da Amazônia”, um cenário alternativo para a edição comemorativa de 20 anos de Changeling: O Sonhar, o quinto cenário da série Mundo das Trevas, agora focado na Amazônia brasileira.

A equipe apresenta outro olhar para um cenário Changeling no Brasil; com quatro kiths originais para o jogo que apresentam suas próprias releituras para lendas conhecidas da cultura nortista: Caipora, Curupira, Mapinguari, Boto e Iara. Além de uma abordagem inédita que adapta tradições afro-brasileiras para o universo do jogo através do que eles chamam de Eborás, uma aliança secreta de seres feericos de origem africana ou adeptos da cultura Afro-brasileira.

Representatividade e popularização do RPG

Falando sobre a importância da representatividade e popularização do RPG, Porakê Martins, um dos escritores paraenses que atua no projeto, afirma que “Este projeto surge de nossos anseios por nos sentirmos representados, de forma digna e verossímil, enquanto latino-americanos, brasileiros, amazônidas, negros, mulheres e LGBTs em nosso universo favorito de jogos, que sempre privilegiou um olhar a partir da Europa e América do Norte.”

Ele prossegue comentando sobre a importância de popularizar o RPG. “A representatividade é, para nós, um meio de levar nosso amado hobby a um público muito maior do que aquele público restrito que normalmente costuma ter acesso ao RPG de Mesa. E é essa preocupação que nos leva a nós dedicar de forma voluntária a esse trabalho.”

Além de Porakê, a equipe responsável pelo projeto conta ainda com os escritores paraenses Alex Pina e Jessele Damasceno; o ilustrador e designer paraense Keoma Calandrini; Cecília Reis, escritora e artista paulistana; Evelling Castro, designer baiana; Kynni Kayode, pesquisador de tradições afro-brasileiras fluminense; e Eros Rosado, ativista do movimento LGBTQI+ mineiro. Todos fãs de Changeling: o Sonhar e do Clássico Mundo das Trevas.

A equipe continua em busca de colaboradores, principalmente da região Norte.

Lendas já adaptadas e as que chegam em breve

No perfil do Brasil in The Darkness na plataforma Medium, você pode conferir todos os artigos já publicados até o momento para o projeto:

Além das lendas já abordadas nos artigos acima, muitos outros personagens do imaginário amazônico e até mesmo alguns vinculados a outras regiões do país estão por vir:

As Boiúnas, como uma releitura do Kith Sul-americano que o jogo originalmente apresentou com o nome de Sachamamas; As Matintas, como releitura do Kith Llorona; Mães D’Ouro, uma releitura do Kith dos Alicantos; Papa-figos, como uma releitura do Kith Thallain dos Spriggans; Sacis, como um Kith original de Changelings nativos do Sul do Brasil e vinculados a cultura Eborá; e Capelobos e Ipupiaras, como propostas originais de Kiths Thallains nativos.

A equipe está se planejando para publicar todo esse material no formato e-book até o final de 2020, através da plataforma Storytellers Vault. Até o momento não há uma data oficial para o lançamento. Os interessados podem acompanhar as futuras novas atualizações do projeto por meio das redes sociais do Brasil in the Darkness.