Aranha é um daqueles bichos cuja repulsa pública alcançou grandes patamares, virando um problema de saúde a ser tratado pela psicologia (aracnofobia),  filmes de terror (toscos) e, principalmente, uma má fama que só cresce. Porém existem aqueles que enxerguem nelas mais dos que alvos ambulantes para as sandálias e Baygon, como é caso dos cientistas do Instituto Butantan.  

Os pesquisadores do Instituto descobriram no Pará sete novas espécies de aranhas do gênero Ochycera, que foram batizadas com nomes de personagens bem conhecidos no meio geek, como Harry Potter, homenageado com a aranha “Ochyrocera aragogue”, inspirado na aranha gigante Aragog, que aparece em “Harry Potter e a Câmara Secreta”.

O escritor H.P. Lovecraft, mestre do horror, foi homenageado através da personagem Atlach-Nacha, a Deusa Aranha do conto de terror “O Chamado de Cthulhu”, que serviu de inspiração para batizar a aranha “Ochyrocera atlachnacha”.

 

Já o venenoso Lorde Varys (a Aranha), do universo das Crônicas de Gelo e Fogo (e da série Game of Thrones), foi lembrado na hora de nomear a aranha “Ochyrocera varys”.

A Terra Média também foi visitada no momento de nomear os aracnídeos. O espírito perverso que assumiu a forma de uma aranha gigante em O Silmarillion, Ungoliant, aparece agora no mundo real como “Ochyrocera ungoliant” e sua descendente, Laracna, que aparece em As Duas Torres tentando fazer de Sam e Frodo um McLanche Feliz, também está no mundo real com o nome de “Ochyrocera laracna”. Interessante citar que a aranha de Tolkien só tem esse nome em português. Na língua original ela se chama ‘Shelob’.

Mas não foram só as aranhas monstruosas as homenageadas. Personagens de livros infantis nem um pouco perversas, como a “Ochyrocera misspider”, inspirada nos livros e desenhos “Os Amigos da Miss Spider”, e a “Ochyrocera charlote”, batizada por conta da personagem principal do livros e filme “Charlotte’s Web” (aqui traduzido como “A menina e o porquinho”), também batizaram as novas espécies de aranhas brasileiras.

Todas as espécies descobertas possuem menos de 2mm de tamanho e podem viver tanto dentro de cavernas, quanto fora delas. Para conhecer mais sobre a pesquisa acesse o site do Butantan ou entre na revista científica ZooKeys (em inglês).