A melhor parte da infância, pelo menos para mim, era quando eu ia para casa dos meus avós brincar com meus primos. Todo mundo reunido no pátio, aquela gritaria de crianças e um maravilhoso cheirinho de café que perfumava a casa inteira.

O bolo, como o o pão quentinho que derretia a manteiga, era o lanche da tarde costumeiro naquela época. E os nossos tão queridos avós, que alguns permanecem, porém outros já se foram, ali, só nos observando com aqueles olhos que, mesmo envelhecidos, nos davam uma sensação muito boa de proteção.

Se essa sensação foi familiar pra você, então não pode deixar de ler a Graphic Novel do Chico Bento chamada “Arvorada”, do autor Orlandeli. Uma indicação especial de uma história que, de tão simples, nos cativa e nos emociona. O enredo fica marcado em nossas lembranças, porque, de certa forma, ao ler a gente não consegue não se colocar no lugar do protagonista.

Sinopse

Todo ano, a Vó Dita vai até uma árvore, sempre ao alvorecer, para prestigiar as flores de ipê que acabaram de desabrochar, e este ano ano convidou o neto para desfrutar desse espetáculo da “Arvorada”. Mas acontece que Chico estava ocupado demais…

“Arvorada” traz uma lição, dessas que a vida costuma dar na gente quando estamos ocupados demais para as coisas mais importantes da vida. Orlandeli criou um enredo belíssimo, fazendo uma reinterpretação do clássico personagem da roça em uma história repleta de sentimentos e, especialmente, aprendizado.

Uma curiosidade, mas sem spoiler: inicialmente, a história iria ser chamada de “Ipê-Amarelo”, mas o autor decidiu pôr em sua versão final o título de “Arvorada” devido ao duplo sentido que esta causaria em seus leitores. Pois, assim como o nome nos remete ao tempo das flores nas árvores, também nos apresenta o momento que isso ocorre, ao amanhecer, mas, de uma forma bem caipira, sôr!