É natural pensar que, datando alguém de superpoderes, acaba-se criando super-heróis, afinal é como vemos acontecer desde os primeiros quadrinhos de 1938 até as atuais superproduções do cinema. Mas e se pessoas com habilidades especiais usassem isso em benefício próprio? E se usassem para dominar cidades e escravizar pessoas comuns?

Esse é o ponto de partida desse universo apresentado pelo autor Brandon Sanderson no livro Coração de Aço (do qual eu nunca tinha ouvido falar até recentemente, quando ganhei e, por ter uma premissa tão interessante, ele acabou furando a minha fila de leitura). O livro é o primeiro da trilogia Executores, e o autor também escreveu séries como Elantris, Mistborn e The Wheel of Time.

 

 

Sabemos que tudo começou com Calamidade (uma estrela de fogo que subiu aos céus e ficou por lá), mesmo sem saber da onde ela surgiu (é algo alienígena? Experimento do governo?), mas após o seu surgimento pessoas comuns passaram a desenvolver poderes especiais e passaram a ser chamadas de Épicos. Só que no lugar de heróis, surgiram “super-vilões” que usam seus poderes na busca da dominação, brigam ou aliam-se entre si com o objetivo de controlar determinados territórios (e consequentemente as pessoas que estão lá). Dentre os mais poderosos Épicos está Coração de Aço, invulnerável a qualquer ataque e com capacidade de manipular e transformar materiais inorgânicos em metal.

Os Épicos governam com poder absoluto, apossando-se de tudo que querem e matando aqueles que ousam desafiá-los. O medo assola as pessoas e com os anos a coragem vai diminuindo, o conformismo imperando e as pessoas se contentam em viver trabalhando em cidades dominadas por Épicos poderosos, obedecendo a seus mandos e caprichos.

Mas todos têm um ponto fraco, e um grupo de pessoas, chamados de Executores, começa a estudar e enfrentar os Épicos. David é um jovem que nutriu por dez anos uma vingança particular contra Coração de Aço e, por todo esse tempo, estudou os Épicos e acredita poder fazer a diferença dentro do grupo dos Executores. Nós acompanhamos sua trajetória.

 

“Sirva ou Morra?” Não, obrigado.

Uma formiga tem chance contra um gafanhoto? E o formigueiro inteiro? Nós, seres humanos, muitas vezes nos acostumamos com determinadas situações. Na base da ameaça, do medo, da imposição, do sentimento de impotência, da necessidade, nós sossegamos, nós obedecemos, nós nos conformamos.

Creio que, além de Coração de Aço ser uma ótima obra de fantasia épica, Sanderson nos faz pensar que apesar de sermos como formigas, nós podemos enfrentar os gafanhotos, basta nos unirmos e estudarmos nossos algozes. É uma boa leitura e uma boa reflexão!


Esta publicação foi enviada por uma Leitora.
Se você também quer publicar no Mapingua Nerd, saiba como AQUI.