Venha, venha. Isso, garoto! Senhoras e senhores, com vocês, Kalib! Sim, eu resolvi dar um nome. De outro jeito não conseguiria adestrá-lo. Sim, eu mesmo. Não, nunca fiz nada parecido com animal nenhum. Nem cachorro, nem gato. O começo foi meio problemático, vocês sabem, mas aqui está o resultado. Ei! Tira isso da boca! Como podem ver, ainda preciso ensinar algumas coisas a ele.

Bem, até hoje é difícil o que ele é. Muita gente já foi lá em casa para tentar responder isso. Jornalistas, biólogos e até aquele pessoal que pesquisa disco voador… Qual é o nome mesmo? Isso, ufólogos!

Pegaram escamas, saliva e até sangue. Mas não descobriram muita coisa… Kalib, tira isso da boca! Agora! Eu já avisei! Como? Não, não tenho medo. Um animal é um animal. Sabendo como lidar com ele não há o que temer.

Olha, o meu palpite é que ele seja algum tipo de experiência. Alguém tentou cruzar um lagarto com uma hiena e deu nisso. Ah sim, pensei que ele estava doente no início, mas essa coloração cinzenta é normal mesmo.

Só queria esclarecer aqui uma coisa: ele não está sujo, é a época da muda de pele. Depois disso surge um monte de penas (eu acho que são penas) no topo da cabeça. Ah, os dentes não acabam. Ele pode perder uns dez que não vão fazer a menor falta.

Opa, opa! Que isso, garoto? Calma, calma. Isso, calminho. São os flashes. Não precisa chamar mais gente. Só vai deixa-lo mais nervoso. Deixa comigo. Eu sei o que o garoto do papai quer. Ele quer um carinho, não é? Não é? (Ele adora que cocem o pescoço. Já a barriga…).

Não se preocupem. Até hoje ele não comeu nenhum jurado. Não que eu saiba. Brincadeira, brincadeira. Ele está praticamente inofensivo. Como? Mas foi isso que eu quis dizer: ele está e ele é praticamente inofensivo.

Kalib, quieto! Quieto! Perdão, mas pode repetir a pergunta, por favor? Tem um valão de esgoto atrás da minha casa. Foi lá que eu o achei. Estava mastigando um pneu, vejam só! Na certa foi abandonado. A mulher achou estranho. Não é todo dia que se traz um bichão desses para dentro de casa. As crianças que adoraram.

Por que o quê? Kalib: shhhh! Perdão, você estava dizendo… Olha, para ser sincero, realmente sincero, não sei explicar. Eu bati o olho nele e na hora veio aquele asco. Até peguei a minha arma, mas de repente eu percebi a expressão dele e não consegui ir adiante. Um olhar de inocência, sabe? Não é certo matar algo que não sabe o que faz. As criaturas da natureza, mesmo as mais feias, tem sua dignidade. Quem somos nós para humilhá-las, para matá-las? Pelo menos, é o que eu penso.

Ah, claro! Eu divago demais, eu sei. Bem, sem mais delongas, quero apresentar Kalib e o Círculo da Morte! Basicamente ele vai atravessar aquele círculo em chamas usando um tutu de bailarina enquanto anda nesse triciclo! Vamos lá, garoto!


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