Olá, meus caros! 

Parece que estamos vivendo num loop, não é mesmo? Um ano de pandemia e, para ajudá-los na missão de manter a sanidade mental, preparei uma listinha de quadrinistas locais e seus trabalhos. Bora bater esse papo!

O aumento na produção Amazonense já era evidente um pouco antes da pandemia começar. Apesar da triste situação pela qual passamos, a produção nortista continua crescendo e chamando a atenção. Quadrinhos do Norte ganharam destaque em premiações e até participaram de catálogos internacionais.

Emerson Medina é um roteirista de mão cheia, jornalista de profissão, tem uma carreira no setor audiovisual em Manaus há bastante tempo e foi um dos membros do Clube dos Quadrinheiros de Manaus, o principal expoente da nona arte em Manaus na década de 90. Em 2019 Medina lançou, em parceria com o ilustrador Romahs, a graphic novel “A Última Flecha“, fruto de um prêmio no Edital Conexões Culturais da cidade de Manaus. A narrativa curta sobre vingança ultrapassou as barreiras do estado e foi parar em listas de melhores HQs do ano, chegou a ser indicada para o prêmio HQMix e foi selecionada pelo tradutor e jornalista Érico Assis para fazer parte da nova versão do Catálogo HQ Brasil, material de apresentação do quadrinho nacional para o exterior.

Aproveitando que já citei Rogério Mascarenhas, o Romahs, vamos agora falar sobre esse baita artista parintinense. Romahs é roteirista da Maurício de Sousa Produções nas revistas de linha da Turma da Mônica e também um artista visual de qualidade rara. Com uma longa carreira publicando tiras e charges nos maiores jornais locais, ele se mantém ativo na produção cultural da cidade de Manaus há décadas. Após o sucesso de “A Última Flecha”, Romahs anunciou sua participação em outros quadrinhos (que em breve devem aparecer por aqui): “Contos do Mato” e “MAO 39º”, ambos em parceria com o estúdio ILUSTRAMA. Eu diria que Romahs está no seu melhor momento como artista, colhendo os frutos de sua maturidade como roteirista e como ilustrador. Quero muito ler suas próximas histórias.

Vamos falar agora de mais um parintinense, o Levi Gama. Levi tem um traço leve (eu fiz um trocadilho?), em desenvolvimento e de muita qualidade. Ele faz parte do coletivo Buriti, de Parintins e por lá já produziu, com outros artistas, os quadrinhos “Caturama e a ilha dos mistérios“, “Teçá e o pássaro do papo negro” além da participação no recente “Contos do Mato” e no já citado “MAO 39º”. Levi é uma promessa, tenho certeza que sua atuação em Parintins pode render à cidade um cenário rico num futuro breve e lhe proporcionar a possibilidade de produzir em qualquer lugar do país.

Os que me conhecem podem até dizer que estou “puxando a sardinha”, mas ao ver o trabalho da Rayanne Cardoso é inegável que a ilustradora tem um talento ímpar. Rayanne trabalha com construção de backgrounds para animações além de character design de personagens, já publicou na antologia “Ajuri Comics vol. 1” e nos zines 1 e 2 do coletivo MáTinta, do qual faz parte. A artista também investe na produção de livros de literatura infantil e vem desenvolvendo outros quadrinhos que devem ser lançados nos próximos meses. As cores e a criatividade no desenvolvimento de personagens são suas principais qualidades.

Ana Toyoda tem uma maneira muito especial de contar histórias. Sua narrativa visual é agradável e de uma sensibilidade difícil de encontrar por aí, assim como o uso das cores e formas que torna o seu trabalho inconfundível. A história “Bem-te-vi” e as tirinhas que Ana publica em seu Instagram são encantadoras. Adoraria (e com toda certeza compraria) ler um quadrinho mais longo da Ana, tenho certeza que sua habilidade com a narrativa visual e seu estilo único resultariam numa excelente obra.

Fiquem de olho! Até!