O Labirinto do Fauno

Ofélia se muda com a mãe  para o interior, para viver com o novo padrasto. Lá, ela entra em contato com seres fantásticos, como fadas e um Fauno, que diz a ela que ela é a herdeira de um reino encantado, e que precisa passar por diferentes testes para ser coroada.

À primeira vista, parece apenas um lindo filme de fantasia. Mas à medida em que Ofélia precisa lidar com criaturas perigosas como um sapo gigante e um ser assustador com olhos nas palmas das mãos, vemos que nenhuma se compara ao verdadeiro monstro, seu padrasto,  um sádico e autoritário capitão do exército que tortura e oprime os moradores locais, para encontrar e exterminar rebeldes que tentam resistir à ditadura de extrema-direita do General Francisco Franco, que governava a Espanha com mão de ferro.

Carregado de simbolismos, com cenas fortes e lindas, o filme mostra os horrores do fascismo em um conto de fadas que foge do padrão.

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V de Vingança

Inspirado na obra de Alan Moore e David Lloyd, o filme retrata um país governado por um regime fascista e autoritário, que tenta convencer o povo dos benefícios de trocar parte da sua liberdade por mais segurança. Defensores do governo discursam raivosamente contra homossexuais, ateus e pedem a volta dos antigos valores morais.

A protagonista é Evey, que é pega por oficiais de segurança na rua após o toque de recolher, mas é salva por um homem com uma máscara, V, que a leva para seu esconderijo. A partir daí ela se junta a V para destruir o governo fascista, enquanto é caçada pelos agentes de segurança. Sem nome e sem história, V se torna um símbolo de todos que se levantam contra a opressão de qualquer governo em qualquer época, e não à toa sua máscara é encontrada em protestos ao redor do mundo todo.

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Tropas Estrelares

No século 23, quando a humanidade aprendeu a superar “o fracasso da democracia”, a Federação declara guerra a uma raça de insetos espaciais que destruiu Buenos Aires.

Enquanto o livro original, de 1959, é considerado por muitos como ideologicamente fascista, o filme de 1997 – vendido apenas com um filme de ação bobo – transforma a celebração ao fascismo em uma crítica satírica ao militarismo fascista e à xenofobia, com frases de efeito como “Inseto bom é inseto morto” sendo quase proféticas. Ainda assim, tendo os fascistas como os mocinhos da história, é comum que muita gente não perceba o que está vendo. Como hoje.

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A Onda

O filme é baseado em uma história real que aconteceu na Califórnia em 1967. Um professor precisa ensinar os alunos sobre autocracia e, devido ao desinteresse deles, propõe uma dinâmica: um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo. Como autoproclamado líder do grupo, ele chama seu movimento de “A Onda” e tem como lema “força pela disciplina”. Quem se recusa a compactuar com as ordens do professor é excluído do grupo e passa a ser visto como vilão, razão dos problemas e perigo para a sociedade perfeita que eles estão tentando construir. Mas quando o professor tenta colocar um fim ao experimento, já é tarde demais: “A Onda” cresceu para além da sua classe, se propagou pela cidade e está punindo aqueles fora do padrão,  se tornando uma ameaça real.

Confira abaixo o discurso final do professor:

“Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós. Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que a história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’. Nossa experiência foi um sucesso. Terão ao menos aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder? E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter que suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de um sonho”.

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Ele Está de Volta

Se o Hitler surgisse nos dias de hoje, será que a história se repetiria? Essa é a pergunta que o filme se propõe a responder, com muito bom humor, mas com reflexões assustadoras. No filme, Hitler é transportado no final da Segunda Guerra Mundial para a Alemanha atual e, graças a um produtor de TV que acha que ele é um comediante que não consegue sair do papel de imitador de Hitler, ele vira uma celebridade televisiva.

A parte assustadora do filme é ele mistura ficção com documentário. O ator andan nas ruas de Berlim, frequenta locais públicos, e algumas pessoas deixam o tabu de lado e começam a tirar selfies com ele. Várias chegam a concordar com seus argumentos, falando mal de refugiados estrangeiros, de políticos corruptos e da democracia, clamando por alguém com coragem de “fazer a coisa certa” e “mudar isso daí”.

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Reconheceu alguma coisa? Então faça sua parte para parar o fascismo antes que seja tarde demais.